Foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), publicado pelo Ministério do Trabalho.

Em setembro, o saldo de vagas no mercado de trabalho (resultado da diferença entre contratações e desligamentos) foi positivo em 157,2 mil postos formais. É o melhor resultado para o mês de setembro desde 2013, quando houve a criação de 211,1 mil vagas – na série sem ajustes.

Com o resultado de setembro, o saldo líquido de vagas criadas, na série com ajustes de declarações fora do prazo, é de 761,8 mil no ano e de 548,3 mil em 12 meses.

O estoque de emprego formal, com isto, atingiu 39.172 mil. Em setembro do ano passado, era de 38.624 mil.

Avaliando-se os dados setoriais de setembro, houve evolução do emprego em sete dos oito segmentos econômicos analisados. O setor de Serviços foi o que gerou mais vagas no mês (64,5 mil), seguido pela Indústria de Transformação (42,2 mil), Comércio (26,9 mil) e Construção Civil (18,3 mil). Serviços de Utilidade Pública foi a única que apresentou saldo negativo no período (-448).

A geração de vagas em setembro é expressiva, a maior para o mês em seis anos, e consolida a tendência de recuperação gradual do mercado de trabalho. Por outro lado, nota-se que o salário real médio dos admitidos (R$ 1.604,60 em setembro) segue inferior ao dos desligados (R$ 1.788,94 no mês), com a diferença aumentando no mês, o que compromete a evolução da massa de rendimentos.

O salário médio dos admitidos em setembro de 2019 foi superior ao de setembro de 2018 (R$ 1.558,06), mas caiu em relação a agosto deste ano (R$ 1.616,60). No caso dos desligados, o salário médio real de setembro de 2019 foi superior tanto em relação ao de setembro de 2018 (R$ 1.729,70) como ao de agosto deste ano (R$ 1.766,67).

Parte da explicação para a evolução nos rendimentos está no perfil das vagas criadas. Das 157,2 mil geradas em setembro, 6 mil são de trabalho intermitente e 1,8 mil de trabalho parcial. Além disto, 76% dos postos foram gerados em pequenos negócios, com até 19 empregados, contra 62% em setembro de 2018.

Em 12 meses, apenas estas empresas apresentaram saldo positivo na geração de vagas (774,6 mil). Os demais segmentos eliminaram postos (-122,7 mil nas empresas que possuem de 20 a 99 empregados, -24,7 mil de 100 a 499 empregados, -26 mil de 500 a 999 empregados e -52,9 mil nas empresas com 1.000 ou mais empregados).

De qualquer forma, somada aos resgates dos recursos do FGTS, a criação de postos de trabalho formal deve colaborar para a aceleração do ritmo de crescimento das concessões de crédito e das vendas do comércio varejista até o final do ano.