O indicador da Boa Vista de Demanda por Crédito do Consumidor subiu 1,9% entre os meses de junho e julho na comparação dos dados dessazonalizados. O resultado praticamente reverteu a queda observada no mês de junho, de mesma magnitude. Além disso, pôs fim a uma sequência de três quedas consecutivas na mesma base de comparação.
Porém o efeito das quedas anteriores prevaleceu na comparação do trimestre móvel findo em julho contra o trimestre findo em abril. Tanto que o indicador recuou 5,3% nesse período.
Na série de dados originais, o indicador avançou 1,5% na comparação interanual. Isso fez com que o resultado acumulado no ano desacelerasse ainda mais, passando de 8,5% em junho para 7,4% em julho. O indicador também manteve essa tendência na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses. Isso porque o crescimento passou de 9,1% para 8,3% no mesmo período.
Crédito no Financeiro e não financeiro
As aberturas do indicador apresentaram comportamentos bem diferentes em julho. No mês foi observada alta de 3,8% no segmento “Não Financeiro”, enquanto o segmento “Financeiro” caiu 0,8%. Na comparação interanual vimos o contrário, queda no segmento “Não Financeiro”, de 9,5%, e alta de 17,8% no segmento “Financeiro”.
A despeito dessas diferenças, as curvas de longo prazo de ambos os indicadores se mantiveram numa trajetória de desaceleração. O crescimento no segmento “Financeiro” passou de 17,4% para 16,8% e no segmento “Não Financeiro” de 3,6% para 2,7%.
O ritmo de desaceleração pode ter sido mais tímido em julho em comparação aos meses anteriores, mas nada sugere que essa tendência será revertida nos próximos meses.
Daqui em diante a tendência de desaceleração deve permanecer, como fora adiantado nas divulgações anteriores, mas a demanda deve encerrar o ano de forma positiva.
“A taxa de juros mais alta naturalmente esfria um pouco o ímpeto do consumidor no momento da contratação de crédito, da mesma forma que o aumento na inadimplência também deve tornar o processo de concessão de crédito mais rigoroso” diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
Por fim, segue abaixo a tabela contendo o resumo dos dados apresentados.
Metodologia
A Boa Vista elabora o indicador de Demanda do Consumidor por Crédito a partir da quantidade de consultas de CPF à sua base de dados por empresas. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal.
A partir de janeiro de 2014, h/ouve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.
Nota: Os dados que constituem a base do indicador de Demanda do Consumidor por Crédito não guardam qualquer relação, comercial ou operacional, com a Boa Vista.
O indicador visa antecipar alguns movimentos e tendências referentes ao mercado de crédito como um todo, sem qualquer especificação por empresa, independentemente do setor ou porte.