O número de registros de inadimplentes subiu 1,0% entre os meses de julho e agosto. Os números são da análise dos dados dessazonalizados, de acordo com dados da Boa Vista, que abrangem todo território nacional.
O resultado do mês ocorre após o indicador apontar elevação de 1,1% em julho e soma o segundo avanço mensal consecutivo. Em seguida, na mesma série de dados, houve elevação de 7,0% na comparação do trimestre móvel encerrado em agosto contra o trimestre findado em maio.
Na série de dados originais, o aumento de 28,2% na comparação interanual acelerou a variação nos resultados acumulados. No ano o crescimento do indicador passou de 12,8% para 14,5%, enquanto em 12 meses ele chegou a 12,3%, ante 9,5% até o mês de julho.
A variação no mês de agosto reforça a ideia de que a queda observada no mês de junho fora pontual. A tendência é de que o indicador continue subindo. Mesmo que num ritmo mais lento em comparação às fortes variações observadas no 1º semestre, especialmente, entre os meses de março e maio.
Análise
“A melhora nos números do mercado de trabalho, não só a queda na taxa de desemprego, mas o aumento da renda em nível também, contribui para que essa tendência de alta daqui em diante seja mais suave. Tanto que o indicador tem apresentado variações mais tímidas nos últimos 3 meses” diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
“Mas a tendência continua sendo de alta. E isso deve refletir num aumento da taxa de inadimplência das famílias. Elas ainda encontram dificuldades em manter as contas em dia diante de um cenário de inflação e juros altos”, conclui.
Da mesma forma, o Indicador de Recuperação de Crédito também avançou 1,0% na comparação mensal. E 16,2% na comparação interanual, o que acelerou o ritmo de crescimento no ano de 9,4% até julho para 10,2% com os dados de agosto. Na variação acumulada em 12 meses o crescimento também aumentou, passando de 6,4% para 7,3% entre os meses de julho e agosto.
“Essa foi a terceira alta consecutiva no indicador de recuperação, que continua crescendo na análise de longo prazo. Isso passa pelo crescimento que o mercado observa no número de registros de inadimplentes. Dado que as famílias buscam resolver suas pendências, muito por meio de renegociações, para diminuírem as restrições de crédito num momento ainda delicado. Embora ele pareça, pelo menos, ser melhor do que se esperava no começo do ano.
Claro que parte disso se deve também à queda na taxa de desemprego, que tem sido contínua desde o final do 1º trimestre”, diz Flavio Calife.
Metodologia
Enfim, a Boa Vista elabora o indicador de registro de inadimplência a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas informados à Boa Vista pelas empresas credoras. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal.
A partir de janeiro de 2014, houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.
A Boa Vista elabora o indicador de recuperação de crédito a partir da quantidade de exclusões dos registros de dívidas vencidas e não pagas informados anteriormente à Boa Vista pelas empresas credoras. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal.
Por fim, em janeiro de 2014 houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.