Por Yan Cattani, economista da Área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC
Segundo o IBGE, o volume de vendas no varejo restrito registrou queda de 0,7% entre maio e junho na série com ajuste sazonal, bastante abaixo da mediana de mercado, que esperava alta de 0,3%. O indicador do IBGE andou na mesma direção apontada pelo indicador coincidente da Boa Vista, o Movimento do Comércio, que registrara -0,1% mantida base de comparação. Nas demais análises, a variação interanual foi de +0,8%, enquanto no valor acumulado em 12 meses o varejo restrito manteve praticamente o mesmo patamar registrado na última pesquisa, 0,1 p.p. menor, com alta de 4,8%.
Avaliando as aberturas do indicador restrito na série dessazonalizada, “Livros, jornais, revistas e papelaria” e “Equipamentos e materiais para escritório etc” apresentaram as quedas mais significativas, -5,3% e -4,2%, respectivamente. Com exceção da categoria de “Hipermercados etc”, que subiu 0,6%, houve queda em todas as demais categorias: “Combustíveis e lubrificantes” (-2,3%); “Equipamentos e materiais para escritório, informática etc” (-4,2%), “Artigos farmacêuticos etc” (-0,9%); “Móveis e Eletrodomésticos” (-2,0%); “Tecidos vestuários e calçados” (-1,0%); e “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (-0,5%).
No varejo ampliado, o resultado foi ainda pior: -3,6% (mantida base de comparação), em virtude da queda contabilizada pelos setores“Veículos, motos, partes e peças” (-12,9%) e “Material de construção” (-3,9%).
Após apresentar tímida elevação em maio (quando subira 0,3% frente a abril, dados dessazonalizados), o comércio tornou a mostrar sinais de debilidade, desacelerando na avaliação acumulada em 12 meses. Caso esta tendência não se modifique, esperamos que as vendas varejistas ainda obtenham resultado positivo no ano, entre 3,0% e 3,5%, elevação bastante moderada quando comparada aos resultados de anos anteriores.