Por Flávio Estévez Calife, economista da Boa Vista SCPC
A Boa Vista participou como parceira na elaboração do ranking das 500 maiores empresas da Revista Época Negócios.
A área de indicadores econômicos elaborou os indicadores financeiros destas empresas e contribuiu com um artigo sobre os principais resultados observados. Confira na íntegra a publicação.
Menos confiança de empresa e consumidor
Os dados do ranking 500 das maiores companhias acendem a luz amarela
A confiança de empresários e consumidores pesou muito mais no desempenho das grandes empresas do que os resultados da economia em 2013. Embora o PIB tenha crescido mais – 2,5%, ante 1% em 2012 --, a receita das 500 maiores empresas avançou menos. O número agregado de receita líquida aumentou 13%, para R$ 2,6 trilhões, em comparação com 14,9% em 2011 e 13,8% em 2012.
Todos os 26 setores analisados no ranking das 500 maiores empresas publicado nesta edição tiveram crescimento da receita líquida, com destaques para Infraestrutura (33,3%), Comunicação (25,5%) e Agronegócio ( 24,6%). O pior resultado foi o de Tecnologia – Software e Serviços, com 4,3%.
Os lucros, que já haviam recuado fortemente em 2012, voltaram a cair, embora menos. Em 2012, a queda tinha sido de 33,8% e, em 2013, foi de 6,8%. Maiores quedas: Papel e Celulose (-790,7%) e Veículos e Autopeças (-108,7%). Em contrapartida, os lucros de Construção Civil cresceram 119,7% e os de Higiene e Beleza 99,7%.
Uma pequena boa notícia: a margem Ebitda (mede quanto a empresa gera de caixa em relação à receita) mostrou leve melhora: passou de 14,7% para 15,3%. Pode sugerir que, mesmo com um cenário menos favorável, as empresas conseguiram gerir melhor receitas e despesas operacionais.
Em 2014, o cenário de incertezas prevalece, com maior rigor das empresas nas decisões de investimento das empresas e com um consumidor bastante cauteloso e a quem o crédito está mais restrito. Diante desses desafios, a qualidade dos processos de planejamento e gestão corporativa será decisiva para a melhora do desempenho financeiro das empresas.