Foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), publicado pelo Ministério da Economia.
Em junho, o saldo de vagas no mercado de trabalho (resultado da diferença entre novas contratações e demissões) foi negativo em -10.984 mil postos formais. De janeiro até junho de 2020, já foram fechadas 1,2 milhão de vagas, contra 435,1 mil criadas no mesmo período de 2019.
Avaliando os dados setoriais, apenas Agropecuária (+ 36,8 mil) e Construção (+ 17,3 mil) registraram criação de novas vagas em junho. Já no sentido contrário, o setor de Serviços foi o que mais perdeu no mês, com o fechamento de 44,9 mil postos de trabalho. Na mesma direção, o setor de Comércio (-16,6 mil) e Indústria (-3,5 mil) também registraram queda no período.
Após registrar o pior resultado da série histórica no mês de abril, em junho o indicador soma o quarto mês consecutivo com fechamentos de postos de trabalho. No entanto, apesar do mal desempenho nos últimos meses, a divulgação de junho revela uma redução no ritmo de queda, desacelerando a piora do indicador na análise acumulada em 12 meses.
Ainda assim os últimos dados do CAGED refletem a fragilidade do mercado de trabalho, posicionando o indicador em seu pior nível desde março de 2017 (-1.062) na análise acumulada em 12 meses. Com os impactos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, observa-se uma profunda piora no movimento do emprego, fator que foi fortemente afetado pelas medidas de isolamento social e paralisação em diversos segmentos da atividade econômica. Ademais, espera-se que o emprego siga bastante fragilizado ao longo de 2020, condicionado pelo movimento de combate ao Covid-19 e retomada dos principais setores da economia.