Foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), publicado pelo Ministério do Trabalho.
Em setembro, o saldo de vagas no mercado de trabalho (resultado da diferença entre novas contratações e demissões) foi positivo em 313.902 postos formais. Resultado abaixo da mediana das expectativas do mercado para o mês, que previa a criação de 360 mil vagas. Contudo, o desempenho contribuiu para desacelerar o ritmo de crescimento na análise acumulada em 12 meses, que se manteve em 3,2 milhões de vagas criadas em setembro, segundo os dados com ajustes.
Avaliando os dados por segmentos, todos apresentaram evolução nos postos de trabalho durante o mês, com destaque mais uma vez para o setor de Serviços, que apontou criação de 143,4 mil vagas. No mesmo sentido, a Indústria Geral também apresentou bom desempenho e criou 76,2 mil vagas no período, seguida pelo Comércio (+ 60,8 mil), Construção (+ 24,5 mil) e Agricultura (+ 9,1 mil).
Após registrar o fechamento de mais de 1,6 milhão de empregos formais durante o início da pandemia (dados com ajuste), o indicador vem apresentando resultados consistentes desde julho de 2020, com apenas uma queda até o momento. O resultado foi reflexo de 1,78 milhão de admissões no mês, contra 1,47 milhão de desligamentos.
No ano o indicador já apresentou 2,51 milhões de novos postos de trabalho, contra 602,8 mil de vagas fechadas nos nove primeiros meses do ano passado. O resultado indica que o mercado de trabalho segue apresentando bom desempenho após o período mais agudo da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Apesar de o indicador já ter superado com folga o nível pré-pandemia, observa-se que seu ritmo de crescimento começou a desacelerar, em linha com a piora percebida no cenário econômico e nas expectativas para os próximos meses. Ademais, a continuação do bom desempenho do mercado de trabalho está associada ao sucesso no processo de vacinação contra o novo coronavírus e a uma recuperação consistente dos principais setores da economia, a depender da melhora nas expectativas e redução das incertezas no final de 2021.
Nota:
Os dados aqui apresentados fazem referência ao mercado em geral e não possuem qualquer ligação com os dados operacionais da Boa Vista S.A.
As opiniões aqui expressas são independentes e de autoria da área de Indicadores e Estudos Econômicos da empresa, que não tem acesso às informações operacionais da Boa Vista S.A.