Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 0,8% em relação a julho, para 95,6 pontos, na série livre de influências sazonais. Trata-se do primeiro avanço após três meses de queda. Já em relação a agosto do ano passado, o indicador recuou 3,3%.
Analisando os indicadores que compõem o ICI, observa-se alta tanto no Índice de Situação Atual (ISA), que avançou 1,3% no mês, quanto no Índice de Expectativas (IE), que subiu 0,4% em relação a julho. Na comparação com agosto de 2018, o ISA caiu 2,1%, enquanto o IE recuou 4,3%.
A alta da confiança da indústria aponta, assim, para um cenário de melhora generalizada da confiança empresarial em agosto, reflexo, principalmente, do avanço da reforma da Previdência no Congresso e da liberação dos recursos do FGTS anunciada pelo governo.
O aumento mensal da confiança da indústria, contudo, foi menor do que o observado no comércio – setor no qual ela cresce há três meses. O segmento industrial, afinal, tende a ter menor impacto pelo provável aumento do consumo decorrente dos recursos do FGTS.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) também subiu em agosto, atingindo 75,8% na série livre de efeitos sazonais.
Diante do nível ainda reduzido de utilização da capacidade instalada, contudo, segue baixa a expectativa de investimentos e geração de empregos no setor, que continua perdendo relevância na economia brasileira.
Além disto, ainda é muito cedo para se falar em uma consolidação da tendência de aumento da confiança empresarial, que pode ser afetada negativamente pelo cenário internacional e pelo ambiente político conturbado.
A indústria, em particular, tende a ser especialmente afetada por uma intensificação da crise na Argentina e pela desaceleração da economia mundial.