Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 88,5 pontos em junho (alta de de 2,2% contra maio), considerando os dados dessazonalizados. Após quatro quedas, o indicador voltou a subir na comparação mensal, influenciado, contudo, pelas expectativas. O Índice de Situação Atual (ISA) manteve-se estável, enquanto o de Expectativas (IE) subiu 3,3% nesta base de comparação. Em relação ao mesmo período do ano passado (comparação interanual), o ICC, o ISA e o IE registraram aumento de 6,2%, 0,7% e 9,1%, respectivamente.
Conforme destacado pela área de Indicadores e Estudos Econômicos em artigo recente, o ICC vem apresentando um descolamento significativo entre avaliação da situação atual e expectativas desde 2016, movimento reforçado por este último dado. Diante da lenta recuperação da economia e do elevado nível de desemprego e subutilização da mão de obra, é de se esperar que este padrão se mantenha, com o índice de expectativas bastante condicionado ao ambiente político. Assim, até que haja inícios claros de recuperação da economia e redução das incertezas no cenário político, deveremos observar oscilação do ICC em torno do atual patamar, o que não é favorável ao mercado de crédito, já que a elevada incerteza tende a adiar decisões de consumo que envolvam endividamento.