Dados divulgados hoje pelo IBGE revelam que a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) em março continua a apresentar sinais mais otimistas para a produção industrial no país. Olhando os últimos 12 meses, a atividade industrial passou de um recuo de 4,9% em fevereiro para 3,8% em março, conforme o gráfico ao lado. Considerando as categorias econômicas, Bens de capital avançou 2,8 p.p.; recuando 2,3% em março. Bens Intermediários e Bens de Consumo também diminuíram seus ritmos de queda, atingindo o patamar negativo de -4,2% e -3,4%, respectivamente.
Ademais, o dado acumulado no ano também apresentou melhora: passou de 0,3% para 0,6% no acumulado até março. Dessa forma, o primeiro trimestre de 2017 encerrou no campo positivo, puxado em especial pela indústria extrativa. No mesmo sentido, é importante destacar a categoria de Bens duráveis, que avançou 10,6% no ano.
Por meio da análise mensal dessazonalizada, os setores que mais se destacaram em março foram: Produtos de Madeira (3,7%), Couro, artigos para viagem e calçados (2,3%) e Celulose, papel e produtos de papel (2,0%). Em sentido oposto, os setores Farma químicos e farmacêuticos (-23,8%), Móveis (-11) e Produtos diversos (-7,9%) foram os destaques negativos.
Diante de tal resultado, a indústria começa a apresentar sinais benignos a despeito de sua instabilidade. Isso não significa aumentar a expectativa para uma retomada da atividade nos próximos meses – a retomada será lenta e gradual, assim como nos demais setores, sujeita ainda a certa instabilidade do cenário macroeconômico. É valido lembrar que para os próximos meses o resultado poderá refletir a redução do número de dias úteis, revertendo essa tendência apresentada no começo do ano no acumulado 12 meses. Ainda assim, há o elemento da redução da inflação e dos juros, que devem afetar o setor como um todo. Vale lembrar que a expectativa do mercado para o crescimento da produção industrial neste ano já se encontra em 1,47%.