Por Yan Cattani, economista da Área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC
Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços realizada pelo IBGE, em setembro a receita nominal no setor de serviços foi 7,1% maior na comparação do resultado acumulado em 12 meses (out/13 até set14) contra os 12 meses anteriores. Em termos reais, contudo, isto corresponderia a uma queda de 1,4% na receita, uma vez que a inflação no período foi de 8,62%.
Já na análise interanual (contra setembro de 2013), houve elevação de 6,4%, enquanto no resultado acumulado no ano, o valor atinge alta de 6,3% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Em termos setoriais, a tendência de longo prazo para os principais grupos apresentaram a seguinte configuração: Serviços prestados às famílias (10,3%, desacelerando 0,1 p.p. quando comparado a agosto); Serviços de informação e comunicação (passou de 4,8% registrado em agosto para 4,4% aferido em setembro); Serviços profissionais, administrativos e complementares (subiu 0,1 p.p frente ao mês anterior, atingindo 8,0% atualmente); Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (passou de 8,5% em agosto para 8,0% nesta aferição); Outros serviços (subiu para 7,2%, ante 7,0% registrados em agosto).
A economia tem apresentado resultado de desaceleração/queda generalizada no setor produtivo. Tal fato é nitidamente visível principalmente quando comparada em termos reais. A inflação vivenciada especificamente pelo setor também contribui para um maior aperto das margens de lucro, dificultando uma retomada com maior vigor no horizonte de curto prazo. Tendo em vista este cenário, esperamos que esta tendência se perpetue por pelo menos seis meses, uma vez que os efeitos de política monetária também prejudicam o desempenho setorial e da economia como um todo. Assim, esperamos queda real de 2% dos serviços até o final do ano e de leve crescimento para PIB no ano (+0,3%).