Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores
A poucos dias da reunião do BCE, os dados de atividade na zona do euro decepcionam, corroborando um cenário de mais ação da autoridade monetária. Por outro lado, a inflação veio acima do esperado em julho. Essas duas forças contraditórias serão colocadas sobre a mesa na reunião de política monetária do BCE, na quinta-feira. Do lado financeiro, um pedido formal de ajuda da Espanha pode precipitar a intervenção do fundo de estabilidade financeira (EFSF) no mercado de títulos soberanos. Essa questão vem sofrendo críticas por parte de alguns países, sobretudo da Alemanha.
O presidente do BCE, Mario Draghi, defendeu ontem ante a Eurocâmera, em Bruxelas, o programa de compra de bônus a médio prazo, de até três anos, nos mercados secundários, com a finalidade de aliviar a carga financeira dos países que pior se financiam nos mercados. Essas declarações alimentam as expectativas de que Draghi anuncie, na reunião de quinta-feira, um novo plano de compra de dívida pública para rebaixar a pressão sobre a Espanha e Itália. A situação das regiões autônomas espanholas é um sinal de que o cenário fiscal da Espanha é frágil e dificilmente será resolvido com recursos próprios.
Ed.22