Por Yan Cattani, economista da Área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC
Segundo o Banco Central o principal indicador coincidente da atividade econômica, o IBC-BR, registrou alta de 1,5% em julho, na comparação mensal dos dados dessazonalizados. A variação mensal ficou acima das projeções do mercado, que esperavam alta de 1%.
O resultado surpreende, pois fazendo uma simples comparação entre as variações do desempenho do varejo e da produção industrial, ocorreu em maior magnitude. Exemplificando, enquanto a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio indicou queda nos valores dessazonalizados de 1,1% nas vendas do varejo restrito, a produção industrial obteve alta de 0,7% no período, mantida a base de comparação. Há de se ressaltar a simplicidade do cálculo, pois o crescimento da indústria não pode ser medido somente por sua produção, tampouco o resultado do setor de serviços ser resumido ao desempenho do comércio (representa cerca de 18% do total de serviços), além de não contabilizar o resultado da agropecuária. Contudo, geralmente tais resultados costumam ser boas aproximações para o indicador do BC.
Este é o primeiro número acima de 1% registrado no ano, com exceção de janeiro, que crescera na ocasião 1,1%. Apesar da elevação, o resultado não demonstra grande robustez, devolvendo à economia apenas 0,5% de crescimento em termos líquidos, já que as perdas aferidas durante o primeiro semestre totalizaram -1%. Ademais, na avaliação dos valores acumulados em 12 meses ainda há forte tendência de desaceleração, passando de 1,5% registrados em junho, para 1,2% nesta última aferição. Os últimos dados do PIB comparados com o mesmo cálculo obtido pelo indicador do BC reiteram esta tendência. Sendo assim, o cenário ainda aponta debilidade da economia ao longo dos próximos meses, sugerindo um crescimento da atividade econômica em torno de 0,5% em 2014.