Por Yan Cattani, economista da Área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC
Segundo o Banco Central, o principal indicador coincidente da atividade econômica, o IBC-BR, aumentou em 0,4% em setembro frente ao resultado observado em agosto, descontados os efeitos sazonais da série. O resultado foi pouco acima das projeções do mercado, que até sexta-feira passada esperava 0,1% de alta. Já na análise de longo prazo, obtida pela comparação do resultado acumulado em 12 meses, o indicador desacelerou de 0,9% registrados em agosto para atuais 0,6%.
O resultado ocorre após a divulgação da Pesquisa Industrial Mensal, que apontou queda de 0,2% na produção industrial de setembro (na comparação mensal dos dados ajustados) e da Pesquisa Mensal do Comércio, que subiu 0,4% nas vendas do varejo restrito no mesmo período - mantida a base de comparação.
Apesar de apresentar a terceira alta consecutiva na margem, a desaceleração da atividade econômica persiste em diversos segmentos produtivos, notavelmente no setor industrial. Enquanto as projeções de desempenho para o setor (apresentadas no Boletim Focus de hoje) já apontam queda de 2,3% frente a 2013, no comércio, a desaceleração do ritmo de vendas tem persistido entre os analistas, algo que nos leva a apontar um crescimento para o setor em torno de 3% neste ano.
Em suma, as perspectivas para ambos os setores seguem pessimistas. O resultado de setembro elimina qualquer possibilidade de uma retomada de crescimento vigoroso, pelo menos para o cenário dos próximos 6 meses. Nestas circunstâncias, nossa previsão de crescimento para o PIB seguirá em 0,3%, com viés negativo.