De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, realizada pelo IBGE, o setor andou de lado na comparação mensal dos dados dessazonalizados entre os meses de junho e maio. Na comparação interanual, no entanto, foi observada elevação de 12,0%, robusta, mas numa magnitude inferior ao número reportado em maio, quando a variação foi de 24,1% ante maio de 2020. Isso se deve ao fato de que o efeito base está ficando para trás.
No 1º semestre o setor cresceu 12,9% e, na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o crescimento passou de 4,9% para 6,6%. Segundo o Boletim Focus mais recente, a projeção de crescimento da produção industrial é de 6,4%, de modo que, no 2º semestre de 2021, o setor deverá crescer em torno de 1,1%.
Dentre as categorias do setor, destaque aos “Bens de Capital” e aos “Bens Duráveis” que, após registraram queda de 9,9% e 19,8%, respectivamente, em 2020, estão puxando os resultados para cima.
Assim como os demais setores da economia, a Indústria também foi impactada pela crise, tanto que os números do 2º trimestre de 2021 apontaram alta de 22,6% em comparação ao mesmo período de 2020, quando o coronavírus havia acabado de chegar ao país. Agora, o cenário é diferente, mas ainda desafiador. À medida que as restrições diminuem em função do avanço da vacinação, a economia como um todo volta ao seu ritmo normal, contudo, algumas questões merecem ser ressaltadas. A primeira delas seria a escassez de insumos, também decorrente, ao menos em parte, da pandemia, uma vez que os diversos setores da economia retomaram as atividades em velocidades diferentes e que algumas das demandas reprimidas estão voltando num ritmo que a oferta é, num primeiro momento, incapaz de acompanhar. A segunda refere-se ao custo da atividade industrial, que deve ser impactado pelo aumento no custo da energia elétrica em função da crise hídrica, dado que o índice pluviométrico é o menor registrado nos últimos 91 anos.