De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, realizada pelo IBGE, o setor caiu 1,3% na comparação mensal dos dados dessazonalizados entre os meses de julho e junho. Por outro lado, na comparação interanual foi observada alta de 1,1%, mostrando que o efeito base ficou, praticamente, para trás, dado que, dois meses antes, a produção havia crescido 24,1% em maio e 12,0% em junho na mesma base de comparação.
No ano, o setor desacelerou, passando de alta de 12,9% para 10,9%. Já na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o crescimento passou de 6,6% para 7,0%. Segundo o Boletim Focus mais recente, a projeção de crescimento da produção industrial é de 6,43%, de modo que, entre os meses de agosto até o final do ano, o setor deverá crescer em torno de 1,16%.
Dentre as categorias do setor, destaque para a variação de -2,7% no mês na categoria de “Bens Duráveis”, que também registou queda na comparação interanual, de 10,3%.
Além de uma desaceleração, mais do que esperada, a indústria ainda conta com alguns obstáculos pelo caminho, obstáculos que já impactaram a confiança do setor. Em agosto, o Índice de Confiança da Indústria caiu 1,3%, com destaque para a queda de 3,4% no Índice da Situação Atual. Dentre eles, destaque para a escassez de insumos, sobretudo, de semicondutores, que deve se estender, pelo menos, até o começo do ano que vem, e para os riscos de racionamento de energia, até então, pequenos, mas que ganharam novos contornos nas últimas semanas, inclusive, com a criação de uma nova bandeira tarifária, mais cara, que deve pressionar para cima os custos de produção.
Fonte: IBGE, PIM