De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, realizada pelo IBGE, o setor caiu 0,7% na comparação mensal dos dados dessazonalizados entre os meses de agosto e julho. No mesmo sentido, na comparação interanual também foi observada queda de 0,7%, mostrando que o efeito base já ficou para trás, dado que, o indicador não registrava queda na comparação anual desde agosto do ano passado.
No ano, o setor desacelerou, passando de alta de 10,9% para 9,2%. Já na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o crescimento passou de 7,0% para 7,2%. O resultado de agosto veio abaixo das expectativas de mercado, que previam uma queda de 0,4% livre dos efeitos sazonais.
Dentre as categorias do setor, destaque para a variação de -3,4% no mês na categoria de “Bens Duráveis”, que também registou queda na comparação interanual, de 17,4%.
Além de uma desaceleração, mais do que esperada, a indústria segue contando com alguns obstáculos pelo caminho, dos quais estão impactando a confiança do setor. Em setembro, o Índice de Confiança da Indústria caiu 0,6% após já ter recuado 1,3% em agosto, com destaque para a queda de 1,0% no Índice de Expectativas. Ademais, destaque também para a escassez de insumos no mercado, sobretudo, de semicondutores, que deve se estender pelo menos até o começo do ano que vem. Somado a isso, o setor ainda enfrenta os riscos relacionados ao racionamento de energia, até então, pequenos, mas que ganharam novos contornos no último mês, inclusive com a criação de uma nova bandeira tarifária, mais cara e que pressiona para cima os custos de produção.