De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, realizada pelo IBGE, o setor caiu 0,4% na comparação mensal dos dados dessazonalizados entre os meses de agosto e setembro. No mesmo sentido, na comparação interanual foi observada queda de 3,9%, após já ter recuado 0,6% em agosto, mantida a base de comparação. No terceiro trimestre a Indústria Geral recuou 1,7% contra o trimestre anterior e 1,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
No ano, o setor desacelerou, passando de alta de 9,3% para 7,5%. Já na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o crescimento passou de 7,2% para 6,4%. O resultado de setembro veio em linha com as expectativas de mercado, que previam uma queda de 0,4% livre dos efeitos sazonais.
Dentre as categorias do setor, destaque para a variação de -1,6% no mês na categoria de “Bens de Capital” e de -0,2% em “Bens Duráveis”, que também apontou retração na comparação interanual (-22,4%).
Além de uma desaceleração, mais do que esperada, a indústria segue contando com alguns obstáculos pelo caminho, dos quais estão impactando a confiança do setor. Em outubro, o Índice de Confiança da Indústria caiu 1,1% após já ter recuado 0,6% em setembro, com destaque para a queda de 1,6% no Índice de Expectativas. Ademais, destaque também para a escassez de insumos no mercado, sobretudo, de semicondutores, que deve se estender pelo menos até o começo do ano que vem. Somado a isso, o setor ainda enfrenta os riscos relacionados ao racionamento de energia, até então, pequenos, mas que ganharam novos contornos nos últimos meses, inclusive com a criação de uma nova bandeira tarifária, mais cara e que pressiona para cima os custos de produção.