De acordo com o IBGE, a apuração do resultado da inflação oficial (IPCA) foi de 9,28% em abril, considerando os valores acumulados em 12 meses. Apesar da queda no valor acumulado, na variação mensal o índice ficou 0,18 p.p. acima da taxa apresentada em março, variando 0,61%. Os maiores responsáveis pela elevação do índice na variação mensal foram os grupos de Saúde e Cuidados Pessoais e Alimentação e bebidas, que variaram 2,33% e 1,09%, respectivamente.
Com exceção dos grupos de Saúde e Cuidados Pessoais (que variou 0,26p.p. a mais que o registrado em março), Habitação (que passou de -0,64% para -0,38%) e Comunicação (-1,65% para 1,47%) todos os demais apresentaram desaceleração na comparação mensal com março: Educação passou de 0,63% para 0,20%; Despesas Pessoais variou 0,23% em abril ante 0,60% registrado no mês anterior; a variação em Vestuário passou de 0,69% em março para 0,40% em abril; Transportes variou 0,03% nesta aferição contra 0,16% registrado em março, Artigos de Residência passou de 0,70% para 0,36% no mesmo período e Alimentação que variou de 1,24% para 1,09%.
Apesar da desaceleração no valor acumulado, o resultado não é suficiente para atingir a proposta estabelecida pelas metas de inflação (permite até 6,5% de inflação no ano), uma vez que o relatório Focus do BC divulgado no início da semana o mercado ainda prevê um IPCA de 6,94% para 2016.
Apesar disso, o diagnóstico da inflação nas últimas semanas tornou-se menos pessimista devido à maior contribuição de um fator exógeno para combate de aumento de preços, o câmbio, que valorizou o real frente ao dólar recentemente. Mesmo assim, levando em consideração a última Ata do COPOM (divulgada ontem pelo Banco Central), a conjuntura macroeconômica ainda não permite uma grande flexibilização dos juros básicos na economia, o que por sua vez implica que a Selic provavelmente seja mantida próxima do atual patamar, 14,25%, com perspectiva de redução de até 1p.p. até o final do ano.