De acordo com o IBGE, a apuração do resultado da inflação oficial (IPCA) foi de 9,39% em março, considerando os valores acumulados em 12 meses. Com isso o IPCA acumulado volta a ficar abaixo dos dois dígitos. Na variação mensal, o índice desacelerou 0,47 p.p. frente a fevereiro, variando + 0,43% no mês.
O maior responsável pela desaceleração foi o grupo de Comunicação, cuja queda foi de 1,65%. Com exceção dos grupos de Alimentação e bebidas (que representou mais de 70% da inflação) e Vestuário, todos os demais apresentaram desaceleração na comparação mensal com fevereiro: Educação passou de 5,9% para 0,63%; Despesas Pessoais variou +0,60% ante 0,77% em fevereiro; a variação em Saúde e Cuidados Pessoais passou de 0,94% em fevereiro para 0,78% em março; Transportes apresentou queda de 0,46p.p., variando +0,16% em março; Artigos de Residência passou de 1,01% para 0,70% e Habitação de -0,15% para -0,64%.
Apesar de significativa desaceleração, o cumprimento da meta de inflação para o fim do ano continua impraticável, com o mercado prevendo um IPCA de 7,28%, de acordo com o boletim Focus do BC divulgado no início da semana.
O nível de preços ainda se encontra elevado apesar de apresentar números mais baixos que 2015, ou seja, o processo desinflacionário ocorre mais por um efeito estatístico (por base de comparação, uma vez que em 2015 os níveis inflacionários estavam piores) e pela influência do câmbio do que pela atuação anticíclica da política monetária. Com a desaceleração do índice e da economia, a expectativa para a Selic para este ano é de manutenção do atual patamar, de 14,25%.