Comentários:
- O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,89% no mês de novembro. No acumulado em 12 meses houve evolução para 4,31%, 0,39 p.p. acima da variação observada em outubro. Com esse resultado, o indicador acumulou alta de 3,13% no ano.
- Na análise em 12 meses a inflação ultrapassou a meta estabelecida pelo BC para 2020. A última vez que isso aconteceu foi no intervalo de dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, período que a meta passou de 4,25% para 4,00%.
- O grupo Alimentação e bebidas novamente foi o principal catalisador da inflação no mês, ele avançou 2,54% e teve o maior impacto (0,53 p.p.). O grupo de Transportes também teve destaque, apresentando avanço de 1,33% e um impacto de 0,26 p.p. Esses dois grupos juntos representaram cerca de 89% do IPCA do mês de novembro.
- O aumento dos preços no grupo Alimentação e bebidas deveu-se, principalmente, a evolução de 3,33% no subgrupo de alimentos para consumo no domicílio. Enquanto Transportes foi influenciado pela alta de 1,64% na gasolina e de 2,44% em combustíveis.
- Por outro lado, os únicos grupos que apresentaram queda no mês foram o de Educação, apresentando recuo de 0,02% e o de Saúde e cuidados pessoais que contraiu 0,13% em novembro.
- Nas principais regiões metropolitanas, a maior alta no mês foi registrada em Goiânia (1,41%), seguida por Salvador (1,17%) e Rio Branco (1,10%). Por outro lado, Brasília, Recife e Aracaju apontaram as menores elevações no mesmo período, de 0,35%, 0,36% e 0,42%, respectivamente.
Perspectivas:
- No mês de novembro, o indicador reforça pelo sexto mês consecutivo um resultado de uma inflação crescente, após em maio sofrer com a menor variação mensal para o IPCA desde agosto de 1998, contribuindo para colocar a análise em 12 meses acima da meta prevista pelo BC de 4,00% para o ano de 2020.
- Segundo o relatório Focus, a projeção para o IPCA para 2020 está em 4,21%.
- A evolução da inflação ainda está condicionada a recuperação da economia ao longo do resto do ano e de fatores externos que acontecem no cenário mundial. Importante acompanhar as consequências do fim do auxílio emergencial e seus impactos no poder de consumo e dinamismo da economia, com data prevista de finalização para o final de 2020.