Por Yan Cattani, economista da Área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC
O resultado da inflação oficial (IPCA) referente a julho registrou alta de 0,01% no período, abaixo da expectativa de mercado, de 0,10%. No resultado acumulado em 12 meses, o número baixou de 6,52% em junho para 6,50% nesta última aferição, retornando para o limite superior da meta (6,50%).
Analisando as aberturas, o grupo que mais apresentou impacto foi Habitação, responsável em 0,17 p.p. no valor total do mês, variando 1,20%. A razão deste aumento foi o reajuste do subitem energia elétrica, que sofreu reajuste de 4,52% no período. Contribuiu para a menor elevação do índice agregado a queda no setor de Transportes, que em virtude da Copa do mundo obteve menor demanda no mês, diminuindo a pressão de passagens aéreas no mês, variando -0,98%, com um impacto de -0,18 p.p. no valor geral do índice.
Considerando outras medidas alternativas de análise da inflação, o índice de dispersão (que mede o percentual dos grupos que subiram frente ao total dos produtos da cesta de preços) desacelerou, passando de 61,39% registrado em junho para 58,98% em julho. Já a aferição obtida pela média móvel de três meses dos núcleos caiu consideravelmente, 0,37 p.p. no mês, atingindo 0,25%.
O resultado do mês mostrou-se mais favorável do que os especialistas de mercado esperavam inicialmente, isto é, a Copa surtiu menor efeito nos índices de inflação. Para o final do ano, ainda deveremos ficar atentos com alguns importantes reajustes, como energia (elétrica, para algumas regiões metropolitanas que ainda não repassaram os novos preços aos consumidores; e gasolina, que ainda não foi decidida a data). Ademais, alguns dissídios para determinadas categorias de trabalhadores deverão sofrer reajuste no período, potencialmente intensificados pelo advento das Eleições. Com este cenário em mente e diante da atual conjuntura econômica, ainda assim espera-se que a inflação em 2014 continue próxima de seu limite superior, ou seja, encerre o ano em 6,5%. A ver.