Segundo o IBGE, a apuração do resultado da inflação oficial (IPCA) do mês de março neste ano foi de 0,25%, em linha com as expectativas do mercado, após leitura de 0,33% no mês anterior. Considerando o acumulado 12 meses, o indicador atingiu 4,57%, patamar abaixo dos 4,76% registrado em fevereiro deste ano.
Partindo para a análise mensal dos grupos, a maior elevação ocorreu no grupo de Habitação (1,18%) – conforme apontado no último relatório, este grupo acelerou devido ao reajuste de energia elétrica. Ainda assim, é importante destacar que outro item que influencio o grupo de habitação foi o aumento do botijão de gás. Para os demais grupos, a aceleração foi mais moderada: Educação (0,95%); Saúde e Cuidados Pessoais (0,69%), Despesas Pessoais (0,52%); Alimentação (0,34%). Em sentido oposto, o grupo de Transportes desacelerou 0,86%, refletindo a queda de 2,21% do preço do litro da gasolina; juntamente com Comunicação (-0,63%), que recuou em função da diminuição do valor das contas de telefonia fixa; Artigos de Residência (-0,29%); Vestuário (-0,12%).
Em suma, a leitura do IPCA apresentou resultado bem abaixo do ano anterior: em 2016, o resultado acumulado do ano até março foi de 2,62%, ao passo que neste ano foi de 0,96%, conferindo a menor leitura trimestral desde o início do Plano real em 1994. Adicionalmente, ressalta-se ainda o efeito baixista dos preços livres, que ainda apresentam intensa redução, enquanto a categoria de preços administrados (bens e serviços regulados direta e indiretamente pelo Governo) segue próximo ao patamar de 5,0%. Com isso, mantemos a expectativa de mercado de fim de ano para a inflação, de 4,10%, abrindo espaço para maiores reduções da Selic, que deverá atingir até mesmo níveis inferiores a expectativa atual, de 8,75%.