Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de junho foi de 0,24%, acima da expectativa do mercado de 0,18% (publicado pelo ValorPro). Isto representa uma queda de 0,47 p.p. em relação ao mês anterior (leitura negativa de 0,24%). Considerando a variação acumulada em 12 meses, o resultado de julho (2,71%) foi um dos menores para o mês desde 2007. O mesmo acontece quando analisado o acumulado no ano (1,43%).

Em linhas gerais, a despeito da queda registrada pelo grupo de Alimentos e bebidas, Habitação e Transportes pressionaram o IPCA para cima neste mês. Assim, considerando os grandes grupos que compõem o índice, Habitação registrou a maior alta do mês (1,64%), após apresentar queda de 0,77% na leitura anterior – reflexo do aumento da energia elétrica, já que a bandeira tarifária amarela foi acionada a partir do dia 01 de julho. Ademais, houve elevação do PIS/COFINS na maioria das regiões pesquisadas, aumento da taxa de água e esgoto em Fortaleza, Porto Alegre e Goiânia. O grupo de Saúde e Cuidados pessoais registrou 0,37% em junho, uma queda de 0,09 p.p. em relação ao mês passado. Nesse sentido, o grupo de Despesas Pessoais atingiu 0,36%, ao passo que Transportes atingiu 0,34%, uma alta de 0,86 p.p. em relação ao mês anterior (leitura de -0,52%). Cabe mencionar que houve ajuste do preço dos combustíveis (etanol ficou em média 0,73% mais caro enquanto que a gasolina, 1,06%).

Em direção oposta, os grupos de Comunicação e Educação registraram deflação de 0,02 neste mês. O grupo de Artigos de Residência seguiu a trajetória recente de queda, passando de -0,07% em junho para -0,23% em julho. Já Vestuário apresentou queda de 0,63 p.p, uma vez que sua leitura foi de 0,21% para -0,42% entre junho e julho. Por fim, o grupo de Alimentos e Bebidas apresentou deflação de 0,47%, impactado pela diminuição de preços dos alimentos para consumo em casa. Esta foi sua terceira queda consecutiva.

Dessa forma, a leitura do IPCA em 12 meses (2,71%) continua bastante abaixo do centro da meta do Banco Central (4,5%). Os resultados de julho reforçam o cenário de queda redução contínua da inflação. Assim, a expectativa para o IPCA poderá ser ainda menor do que a última divulgada pelo boletim Focus (3,45%).

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