De acordo com o IBGE, a apuração do resultado da inflação oficial (IPCA) referente a março atingiu 8,13% no acumulado em 12 meses. Já na análise mensal frente a fevereiro houve elevação de 1,32%, o maior registrado para o mês desde 1995.
A principal categoria afetada foi a de Habitação. A alta refletiu o aumento dos preços da conta de energia elétrica, que sofreu revisão no início de março pela Agência Nacional de Energia Elétrica. O encarecimento foi devido aos custos das concessionárias com a compra de energia termelétrica, que foram repassados ao consumidor, impactando 0,71 p.p. do índice agregado e sendo responsável por 53,79% da variação no mês do IPCA.
Após Habitação, as categorias Alimentação e Bebidas e Educação foram as que apresentaram as maiores elevações na comparação mensal contra fevereiro com 1,17% e 0,75% de elevação, respectivamente. Dentre os demais grupos, cabe destacar a alta da gasolina, do grupo dos Transportes (0,09 p.p. de impacto), cujos preços se elevaram em 0,46%, ainda refletindo uma parte do aumento nas alíquotas do PIS/COFINS que entrou em vigor em primeiro de fevereiro.
O mês concretizou novos reajustes dos preços administrados, os quais ocorrem de forma acentuada desde janeiro. Para esta categoria em específico, o resultado acumulado em 12 meses já atinge 13,35%, com tendência de curto prazo ainda longe de arrefecer. Enquanto isso, a categoria de preços livres apresenta tímido recuo, mas ainda oscilando próximo de uma média de 7%, mantida base de comparação.
Em termos de combate à inflação pela autoridade monetária, ou melhor dizendo, em termos de política monetária, pouco há a ser feito, uma vez que majorações das taxas de juros tendem a influenciar fatores específicos de demanda e, atualmente, a inflação está configurada predominantemente pelo lado da oferta (conforme nos mostra a elevação dos preços administrados). Assim, esperamos manutenção do atual patamar da Selic até o final de 2015 em 12,75%.