De acordo com o IBGE, o Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,16% no mês de setembro, dentro do intervalo das projeções, que variavam de 1,13% a 1,42% no mesmo período. Essa foi a maior alta para o mês desde 1994. No ano, o índice já acumula alta de 6,90% e, em 12 meses, de 10,25%.
O maior impacto veio do segmento de Habitação, que cresceu 2,56% no mês e puxou o índice para cima em 0,41 pontos percentuais. Esse resultado, contudo, foi influenciado pela alta de 6,47% no preço da energia elétrica, em linha com a adoção da bandeira Escassez Hídrica a partir de setembro, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Não obstante, o segmento de Transportes também apertou o índice após elevação de 1,82% no mês, pressionando os preços para cima em 0,38 pontos percentuais. Mais uma vez, a maior contribuição (0,18 p.p.) veio dos combustíveis, que subiram 2,43%, influenciados pelas altas da gasolina (2,32%) e do etanol (3,79%).
Por fim, o segmento de Alimentação e Bebidas segue acelerando o índice, com impacto de 0,21 p.p. após registrar alta de 1,02% no mês. Sobretudo, o resultado foi influenciado pelo aumento de 1,19% no preço dos produtos para alimentação no domicílio, com destaque para os avanços em frutas (5,39%), café moído (5,50%), frango inteiro (4,50%) e frango em pedaços (4,42%).
O índice se afastou ainda mais do limite superior estabelecido pelo Copom, de 5,25% para o final de 2021. E mais uma vez, até o momento, a inflação se mostrou bem resistente ao ciclo de alta na taxa básica de juros, Selic. Embora as projeções para a Selic ao final do ano estejam ainda maiores, a expectativa quanto ao IPCA segue subindo e, atualmente, aponta um crescimento de 8,51% ao final de 2021.