De acordo com o IBGE, o Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,95% no mês de novembro, próximo ao piso do intervalo das projeções, que variavam de 0,89% a 1,16% no mesmo período. Contudo, essa foi a maior alta para o mês desde 2015. No ano, o índice já acumula alta de 9,26% e, em 12 meses, de 10,74%.
O maior impacto veio do segmento de Transportes, que cresceu 3,35% no mês e puxou o índice para cima em 0,72 pontos percentuais. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela alta de 7,38% no preço da gasolina, seguida pelos aumentos do etanol (10,53%), óleo diesel (7,48%) e gás veicular (4,30%).
Não obstante, o segmento de Habitação também apertou o índice após elevação de 1,03% no mês, pressionando os preços para cima em 0,17 pontos percentuais. Sobretudo, o resultado foi influenciado pelo aumento de 1,24% no preço da energia elétrica, em linha com a adoção da bandeira Escassez Hídrica desde setembro, na qual acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Por fim, o segmento de Despesas Pessoais foi mais um destaque que acelerou o índice no mês, com impacto de 0,06 p.p. após registrar alta de 0,57%. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 2,57% em hospedagem e de 2,28% no preço do pacote turístico, que já haviam subido 2,25% e 3,70%, respectivamente, no mês anterior. Além disso, de acordo com os dados do IBGE, houve altas em manicure (1,72%) e brinquedo (2,77%) no mês de novembro.
O índice se afastou ainda mais do limite superior estabelecido pelo Copom, de 5,25% para o final de 2021. E mais uma vez, até o momento, a inflação insiste em se mostrar bem resistente ao ciclo de alta na taxa básica de juros, Selic. Embora as projeções para a Selic nos próximos meses estejam cada vez maiores, a expectativa quanto ao IPCA segue subindo e, atualmente, aponta um crescimento de 10,18% para o final de 2021.