Por Juliane Reis, da equipe da Boa Vista SCPC
De acordo com o IBGE, a apuração do resultado da inflação oficial (IPCA) com referência a janeiro atingiu 7,14% em 12 meses, o maior registrado desde setembro de 2011. Na análise mensal frente a dezembro, houve elevação de 1,24%, elevação não verificada desde 2003, quando subiu 2,25%.
Apesar do resultado de dezembro ter se enquadrado abaixo do teto da meta, o percentual aferido em janeiro seguiu a tendência de superação deste teto, como na maioria dos meses do segundo semestre de 2014. Ainda assim, o percentual mensal obteve variação de 1,24% e foi de encontro às expectativas do mercado, que apesar de já possuir sazonalidade desfavorável no mês já projetava maior elevação para o período devido aos reajustes das categorias de “Administrados”, em especial para tarifas de ônibus, combustíveis e energia elétrica. Considerando somente esta agregação, em dezembro registrou 0,43% saltou para 2,50% no primeiro mês deste ano.
Quando analisada a abertura na variação acumulada em 12 meses, o grupo de Habitação permaneceu na liderança com 10,83%, subindo praticamente 4 p.p. frente a dezembro. O grupo de Transportes apresentou variação de 5,69%, mantida a base de comparação.
A alta do IPCA em janeiro constatou os efeitos econômicos sentidos pela população em meio às políticas fiscais contracionistas, sendo somente os efeitos iniciais das ações deflagradas pela nova conduta do governo. Em fevereiro deveremos sentir mais pressão do setor de combustíveis, que obteve novo reajuste tarifário, além da gradual mudança das tarifas de energia elétricas, ainda não consolidadas. Para os próximos meses, também deveremos levar em conta os efeitos da maior tributação em outras áreas. Caso o atual ciclo restritivo da política monetária não se intensifique, esperamos que o nível de preços mantenha-se acima de 7% no final de 2015.