De acordo com o IBGE, o Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,25% no mês de outubro, acima do intervalo das projeções, que variavam de 0,80% a 1,17% no mesmo período. Essa foi a maior alta para o mês desde 2002. No ano, o índice já acumula alta de 8,24% e, em 12 meses, de 10,67%.
O maior impacto veio do segmento de Transportes, que cresceu 2,62% no mês e puxou o índice para cima em 0,55 pontos percentuais. Esse resultado, contudo, foi influenciado pela alta de 3,21% no preço dos combustíveis, principalmente pelo aumento da gasolina (3,10%), na qual registrou a sexta elevação consecutiva e acumula alta de 42,72% em 12 meses.
Não obstante, o segmento de Alimentação e Bebidas também apertou o índice após elevação de 1,17% no mês, pressionando os preços para cima em 0,24 pontos percentuais. Sobretudo, o resultado foi influenciado pelo aumento de 1,32% no preço dos produtos para alimentação no domicílio, com destaque para os avanços no tomate (26,01%), batata inglesa (16,01%), café moído (4,57%) e frango em pedaços (4,34%).
Por fim, o segmento de Habitação também segue acelerando o índice, com impacto de 0,17 p.p. após registrar alta de 1,04% em outubro. O resultado foi influenciado mais uma vez pelo aumento de 1,16% no preço da energia elétrica, em linha com a adoção da bandeira Escassez Hídrica a partir de setembro, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
O índice se afastou ainda mais do limite superior estabelecido pelo Copom, de 5,25% para o final de 2021. E mais uma vez, até o momento, a inflação insiste em se mostrar bem resistente ao ciclo de alta na taxa básica de juros, Selic. Embora as projeções para a Selic ao final do ano estejam ainda maiores, a expectativa quanto ao IPCA segue subindo e, atualmente, aponta um crescimento de 9,33% ao final de 2021.