Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de junho foi de -0,23%, uma queda de 0,54 p.p. em relação ao mês anterior (leitura de 0,31%). O resultado de junho foi o primeiro resultado negativo desde junho de 2006. Considerando o acumulado em 12 meses, o indicador atingiu 3,0%, patamar abaixo dos 8,84% registrados em junho de 2016. Em relação ao acumulado no ano, a leitura de junho (0,8%) foi menor do que o registrado em junho de 2016 (1,75%).
Passando para a análise mensal dos grandes grupos que compõem o índice, Habitação registrou a maior queda mensal (sendo que no mês anterior foi a maior alta), apontando uma queda de 0,77%, influenciada pela redução na energia elétrica, em função da substituição da bandeira tarifária vermelha, que implicava cobrança extra. O Grupo de Transportes também caiu em junho (-0,52%) devido à redução nos preços da gasolina e nas tarifas de ônibus. Alimentação e bebidas e Artigos de residência apresentaram quedas de 0,38% e 0,69%, respectivamente.
Com relação aos grupos que apresentaram elevação, Saúde e cuidados pessoais foi o que mais aumentou (0,46%), refletindo o reajuste anual de remédios. Despesas pessoais avançou 0,33%. Os grupos de Vestuário, Comunicação e Educação também apresentaram variações positivas de 0,21%, 0,09% e 0,08%, respectivamente.
Dessa forma, a leitura do IPCA em 12 meses (3,0%) continua bastante abaixo do centro da meta do Banco Central (4,5%). Os resultados de junho reforçam o cenário de queda redução contínua da inflação. Assim, a expectativa para o IPCA poderá ser ainda menor do que a última divulgada pelo boletim Focus (3,46%).