O Banco Central realizou revisão metodológica em sua mais recente nota sobre crédito. Foram alteradas de forma mais substancial as informações sobre taxas de juros, inadimplência, e spreads, além de pontuais ajustes nos saldos, concessões e prazos. Houve também incorporação de informações, que passam a detalhar agora taxas de juros do cartão de crédito. Outra mudança importante foi a desagregação dos saldos de crédito por setor de atividade econômica, em conformidade com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE, do IBGE). Adicionalmente, houve melhoria das informações de âmbito regional, além de passarem a contemplar os excessos sobre os limites contratuais dos correntistas nas modalidades de cheque especial e conta garantida.
Assim, o estoque total de empréstimos e financiamentos passou para RR$3.013 bilhões em janeiro, desacelerando 0,4 p.p. na variação interanual, atingindo 11% em 12 meses. Com este resultado, a relação crédito/PIB passou para 55,7% (retração de 3,1 p.p. frente a dezembro). Observando as principais categorias, o estoque de crédito com recursos livres cresceu 5,1% em 12 meses, perpetuando sua desaceleração também evidenciada antes dos ajustes metodológicos. Já o crédito direcionado aumentou, 0,5% no mês, atingindo crescimento em 12 meses de 18,2%.
A inadimplência geral do sistema financeiro na nova série permaneceu praticamente no mesmo patamar observado anteriormente. Em janeiro, o montante total de inadimplência atingiu 2,86% do sistema. No segmento livre, contudo, houve importante alteração. Na média geral, foi observada diferença de 0,4 p.p., atingindo 4,47% em janeiro, enquanto na subcategoria destinada às famílias a descontinuidade foi mais abrupta, de cerca de 1 p.p., marcando 4,47%. Nos recursos da subcategoria destinado às empresas houve manutenção do patamar, com 3,51% de inadimplência. Já nos recursos direcionados, as mudanças foram pequenas: total registrou 1,06%, pessoas físicas 1,73% e pessoa jurídica 0,53%.
Com a incorporação dos dados sobre cartões de crédito, as taxas de juros sofreram significativas alterações. Enquanto na última divulgação o nível era de 20,9%, em janeiro houve um salto para 25,1%. Os spreads, consequentemente, também elevaram-se em cerca de 4 p.p., atingindo 16,2%.