Por Yan Cattani, economista da Área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC
Segundo o IBGE, o volume de vendas no varejo restrito registrou queda de 1,1% entre junho e julho na série com ajuste sazonal, bastante abaixo da mediana de mercado, que esperava alta de 0,7%. O indicador do IBGE andou na mesma direção apontada pelo indicador coincidente da Boa Vista, o Movimento do Comércio, que registrara -0,4% mantida base de comparação. Nas demais análises, a variação interanual foi de -0,9%, enquanto no valor acumulado em 12 meses o varejo restrito diminuiu 0,5 p.p., crescendo 4,3%.
Avaliando as aberturas do indicador restrito na série dessazonalizada, “Móveis e eletrodomésticos” e “Hipermercados” apresentaram as quedas mais significativas, -4,1% e -1,3%, respectivamente. Para as demais categorias ficou a seguinte configuração: “Combustíveis e lubrificantes” (0,8%); “Materiais para escritório, informática etc” (+0,9%), “Artigos farmacêuticos etc” (0,0%); “Tecidos vestuários e calçados” (-0,1%); “Livros, jornais e revistas” (2,1%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (-0,4%).
Mantida a base de comparação, no varejo ampliado o resultado foi um pouco melhor: +0,8%, em termos com ajuste sazonal. Contribuiu para esta elevação a alta verificada nos setores de “Veículos, motos, partes e peças” (+4,3%) e “Material de construção” (+3,8%).
Enquanto diversos indicadores antecedentes da economia mostrassem no período alguma recuperação de seu crescimento, o varejo ainda demonstra sinais de debilidade. Diversos indicadores de confiança continuam cedendo e dados do mercado de trabalho apontam resultados gradualmente piores, impactando assim o desempenho do setor de serviços e consequentemente do comércio. Caso esta tendência não se modifique, esperamos que as vendas varejistas para 2014 ainda obtenham resultado positivo, entre 3,0% e 3,5%, elevação bastante moderada quando comparada aos resultados de anos anteriores.