Por Yan Nonato Cattani, economista da Boa Vista SCPC
De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego em dezembro registrou 5,1% da população economicamente ativa na série com ajuste sazonal. Na série sem ajuste, o mês registrou 4,3% de desocupação, com média anual de 4,8%. Já para as regiões metropolitanas ficou a seguinte configuração: Recife (5,5%), Salvador (8,1%), Belo Horizonte (2,9%), Rio de Janeiro (3,5%), São Paulo (4,4%) e Porto Alegre (3,6%).
Com relação aos rendimentos reais, o valor médio habitual foi de R$2.122,10, crescendo 2,7% na média anual. Na comparação mensal (contra o mês imediatamente anterior, com dados dessazonalizados) os rendimentos apresentaram recuo de 0,6%.
O mercado de trabalho continua bastante aquecido: o nível de desocupação médio no ano é o menor desde a contabilização da série (março de 2002), enquanto os rendimentos cresceram 0,6 p.p. acima da média histórica (2,1%). Em 2015, contudo, o ambiente deverá se deteriorar. O aumento das demissões em diversos segmentos da economia (sobretudo no setor industrial) já começa a ser notado e as barreiras sobre diversos benefícios trabalhistas, fruto das medidas de ajuste fiscal, também devem contribuir para um aumento do desemprego e queda dos rendimentos reais. A inflação, que deverá rondar próxima de 7% no ano, também colaborará para o aperto real dos ganhos. Com estas perspectivas, estimamos que o desemprego calculado pela PME eleve-se em 1,4 p.p., atingindo 6,2% ao final de 2015, enquanto o rendimento deve desacelerar para patamar próximo a 1%.