De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego em fevereiro registrou 5,6% da população economicamente ativa na série com ajuste sazonal. Na série sem ajuste, o mês registrou 5,9% de desocupação, subindo 0,6 p.p. com relação a janeiro. Já para as regiões metropolitanas ficou a seguinte configuração: Recife (7,0%), Salvador (10,8%), Belo Horizonte (4,9%), Rio de Janeiro (4,2%), São Paulo (6,1%) e Porto Alegre (4,7%).
Com relação aos rendimentos reais, o valor médio habitual foi de R$2.163,20, caindo 0,5% na média interanual. Na comparação mensal (contra o mês imediatamente anterior, com dados dessazonalizados) os rendimentos apresentaram recuo de 2,1%.
O mercado de trabalho mostra grandes sinais de desaquecimento. Considerando os dados de desocupação, houve elevação pela segunda vez consecutiva dos dados nacionais dessazonalizados. Em termos regionais, o desemprego nas regiões metropolitanas do nordeste, especificamente, atinge níveis alarmantes. O rendimento real, por sua vez, nos dados sem ajuste sazonal, apresenta tendência de retorno para a média histórica (desde fev/04).
A perspectiva de deterioração é inevitável: o mau andamento da economia e o consequente aumento das demissões em diversos segmentos produtivos (sobretudo no setor industrial) consolida-se mês a mês; barreiras sobre diversos benefícios trabalhistas, fruto das medidas de ajuste fiscal, também já mostram os primeiros impactos no aumento do desemprego e queda dos rendimentos reais. A inflação, que deverá rondar próxima de 7,5% no ano, também colaborará adicionalmente para o aperto real dos ganhos. Com estas perspectivas, estimamos que o desemprego calculado pela PME eleve-se em 1,4 p.p., atingindo 6,5% ao final de 2015, enquanto o rendimento deve desacelerar para patamar próximo a 0,8%.