De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego em março atingiu 5,9% da população economicamente ativa na série com ajuste sazonal, sendo o maior valor desde outubro de 2011. Na série sem ajuste, o mês registrou 6,2% de desocupação, subindo 0,3 p.p. com relação a fevereiro. Já para as regiões metropolitanas ficou a seguinte configuração: Recife (8,1%), Salvador (12,0%), Belo Horizonte (4,7%), Rio de Janeiro (4,8%), São Paulo (6,0%) e Porto Alegre (5,1%).

Com relação aos rendimentos reais, o valor médio habitual foi de R$2.134,60, caindo 3,0% na variação interanual. Na comparação mensal (contra o mês imediatamente anterior, com dados dessazonalizados) os rendimentos apresentaram recuo de 2,8%.

O mercado de trabalho mostra grandes sinais de desaquecimento. Considerando os dados de desocupação, houve elevação pela terceira vez consecutiva dos dados nacionais dessazonalizados. Em termos regionais, o desemprego nas regiões metropolitanas do nordeste, especificamente,  atinge níveis alarmantes, sobretudo em Salvador. O rendimento real, por sua vez, nos dados sem ajuste sazonal, voltou a romper o piso delimitado pela média histórica (desde fev/04) em menos de 2 anos.

A perspectiva de deterioração é inevitável: o mau andamento da economia e o consequente aumento das demissões em diversos segmentos produtivos (sobretudo no setor industrial) consolida-se mês a mês; barreiras sobre diversos benefícios trabalhistas também já mostram os primeiros impactos no aumento do desemprego e queda dos rendimentos reais. A inflação, que deverá rondar próxima de 8,0% no ano, também colaborará adicionalmente para o aperto real dos ganhos. Com estas perspectivas, estimamos que o desemprego calculado pela PME eleve-se em 1,4 p.p., atingindo 7,0% ao final de 2015, enquanto o rendimento deve desacelerar para patamar próximo a 0,2%.

pme