De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego em agosto atingiu 7,6% da população economicamente ativa, sendo o maior valor registrado em 5 anos (tal taxa foi registrada pela última vez em março de 2010). O mês superou em 0,1 p.p. o resultado de julho e em 2,6 p.p. o mesmo período de 2014. Todas as regiões metropolitanas tiveram elevação do desemprego, exceto o Rio de Janeiro que recuou de 5,7% para 5,1% em agosto. As demais ficaram com a seguinte configuração: Recife (9,8%), Salvador (12,4%), Belo Horizonte (6,7%), São Paulo (8,1%) e Porto Alegre (6,0%).

Com relação aos rendimentos reais, o valor médio habitual real foi de R$2.185,50, caindo 3,5% na variação interanual. Na variação acumulada em 12 meses, por sua vez, houve queda de 0,7%.

A atual deterioração do cenário econômico começa a repercutir mais incisivamente no mercado de trabalho: agora, além do galopante nível de desemprego, os rendimentos reais começam a mostrar-se negativos. A necessidade de redução dos custos nas empresas tem refletido na queda da População Ocupada (que em agosto registrou -1,8%, pior resultado desde janeiro de 2013), ou seja, mais demissões. Em contrapartida, a combinação entre uma atividade econômica em retração e inflação em patamares elevados acaba por reduzir o orçamento das famílias, levando mais pessoas à procura de trabalho (População Economicamente Ativa apresentou elevação de 0,9% na variação interanual). Com estas perspectivas, estimamos que o desemprego calculado pela PME atinja 9,0% para o final de 2015, enquanto o rendimento real deverá cair em torno de 2,5%.

pme