De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar Contínua (PNAD) do IBGE, a taxa de desemprego fechou em 10,2% no trimestre móvel encerrado em fevereiro. O valor é 0.7p.p. superior ao registrado no trimestre móvel encerrado em janeiro. Também é superior aos 7,4% registrados no mesmo período em 2015.
É a primeira vez que o número atinge dois dígitos, desde o início da série histórica em 2012. O número de pessoas desempregadas atingiu cerca de 10,3 milhões de trabalhadores, com elevação de 40,1% frente ao resultado do ano anterior.
O nível de ocupação caiu de forma significativa na indústria (-10,4%) na comparação interanual (comparação contra o mesmo período do ano anterior). A queda do número de trabalhadores sem carteira foi mais significativa: 4,8% contra 3,8% vivenciado no mercado formal. Já nos tipos de emprego, os trabalhadores esporádicos (auxiliares familiares, que complementam a renda familiar) sofreram a queda mais significante, com 16,2%.
O rendimento habitual real registrou uma média de R$1.934, o que significa uma queda de 3,9% em termos interanuais.
O recuo na atividade econômica e no consumo das famílias têm levado as empresas a reduzirem seus custos, aumentando o número de demissões. Além disso, em busca de complementação para a renda o número de pessoas em busca de emprego aumentou. Tendo em vista a pouca possibilidade de mudanças no curto prazo, o cenário mais provável é que a PNAD continue em tendência de alta ao longo do ano.