De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego para 2015 ficou em 9,0%, 2,5 p.p. aos valores encerrados em 2014. Este é o maior valor para desocupação desde o início da série histórica, iniciada em março de 2012. Na comparação mensal, a aferição[1] ficou estável com relação aos dados divulgados sobre novembro. Com isso, a número de pessoas desempregadas atinge cerca de 9 milhões de trabalhadores, com elevação de 40% frente ao resultado do ano anterior.
O nível de ocupação caiu de forma mais significativa no setor de serviços, com 8,7% na comparação interanual (comparação contra o mesmo período do ano anterior). Em termos de formalização do mercado de trabalho, a queda ocupação no mercado privado de trabalho sem carteira assinada foi mais significativa: 4,3% contra 3,0% vivenciado no mercado formal. Já nos tipos de emprego, os trabalhadores esporádicos (auxiliares familiares, que complementam a renda familiar) sofreram a queda mais significante, com 10,9%.
O rendimento habitual real, por sua vez, em dezembro foi registrou uma média de R$1.913, valor 2% inferior em termos interanuais. Ainda assim, nos valores acumulados no ano, a renda permaneceu praticamente estável com relação aos ganhos aferidos ao longo de 2014.
Em suma, a queda do consumo e a busca de redução de custos têm gerado aumento das demissões por parte das empresas. Por outro lado, as famílias estão à procura de complementos na renda, o que por sua vez aumenta a parcela da população em busca de emprego. Tendo em vista a continuidade deste cenário, estimamos que a taxa de desemprego medida pela PNAD alcance taxa próxima pouco superior ao de 2015, com 10,5% no encerramento deste ano.
[1] Os indicadores da PNAD do IBGE trabalham com o conceito de trimestre móvel, sendo o mês de referência o último disponível para análise, que é neste caso dezembro de 2015.