De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego em fevereiro foi de 7,4%, considerando o último trimestre fechado no mês de referência (dezembro, janeiro e fevereiro). Considerando a mesma base de comparação, houve aumento 0,6 p.p. considerando os dados encerrados em janeiro novembro, dezembro e janeiro). Com relação à população economicamente ativa, em termos interanuais, a PEA aumentou 1,6% no trimestre móvel. Já a população ocupada subiu apenas 0,9% no mesmo período.
O rendimento habitual real no trabalho principal, registrou R$1.767,18, valor 0,1% menor que o registrado em janeiro, considerando a média móvel trimestral encerrada em fevereiro. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, houve alta de 1,1%. Considerando os valores acumulados 12 meses da série de rendimentos (considerando o trimestre móvel declarado nos respectivos meses), houve desaceleração da tendência com relação a janeiro, passando de 1,1% para 0,9%.
Em linhas gerais, o baixo crescimento da população ocupada em comparação com a população economicamente ativa acaba por deixar uma maior parte da população no grupo no desemprego. Os números são condizentes com a desaceleração da economia, cenário de ajuste fiscal e monetário e desconfiança com relação à economia. Adicionalmente, os dados apresentam coerência com relaçao à Pesquisa Mensal de Emprego, que recentemente também apresentou elevação no número de desocupados e desaceleração nos rendimentos reais.
Portanto, ambas pesquisas evidenciam o desaquecimento do mercado de trabalho. O “salto” verificado no desemprego poderá ser amenizado nas próximas aferições, mas dificilmente será revertido. A depender da intensidade dos ajustes econômicos, uma maior onda de desemprego poderá impactar o mercado de trabalho. Por ora, esperamos desemprego de 8,1%, elevação de 1,3 p.p., enquanto para os rendimentos reais, espera-se estabilidade no ano.