De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, a taxa de desemprego recuou para 14,1% no trimestre móvel encerrado em novembro. Em relação ao resultado anterior houve queda de 0,2 p.p., já quando comparado ao mesmo período do ano anterior, quando a taxa de desemprego foi de 11,2%, o número é 2,9 p.p. maior.

Em termos absolutos, a população desocupada totalizou 14,0 milhões, baixa de 0,3% em relação ao mês de outubro.

Por outro lado, a população ocupada (PO), aumentou em 1,5% no mês, embora tenha registrado queda de 9,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Dentre os destaques positivos, a posição de “Conta-própria” apresentou alta de 2,1% e representa 26,8% da PO, o “Empregado no setor privado sem carteira” subiu 2,8% (11,4% do total) e o “Empregado no setor privado com carteira” registrou variação de 0,7% (35% da PO). Vale ressaltar que mês de novembro não houve nenhuma retração, com crescimento do emprego em todos os segmentos analisados.

Nos grupamentos por atividades, a PO também subiu em todas as categorias no mês, mas na comparação interanual apenas Agricultura e Serviços apresentaram variação positiva, de 1,1% e 0,4% respectivamente. Os aumentos mais significativos de novembro em relação a outubro foram observados nos setores de “Adm. Pública” (1,6%), “Comércio” (1,4%) e “Alimentação” (3,9%). Por outro lado, na comparação interanual, as quedas mais expressivas ocorreram em “Comércio” (-10,4%), “Alimentação” (-26,7%) e “Indústria” (-9,4%).

A População Economicamente Ativa (PEA) avançou 1,3% na base mensal e a retração em relação ao mesmo período de 2019 passou de -7,6% para -6,3%.

No acumulado em 12 meses, o rendimento médio habitual ficou em 4,2%.

Após nove meses de avanços consecutivos, a taxa de desemprego registra em novembro sua segunda queda mensal seguida, sugerindo uma leve melhora no mercado de trabalho para o final de 2020. No entanto, o resultado ainda é bastante prejudicial à economia, marcado por um ano de recordes negativos e fragilização do nível de emprego.

As perspectivas para o mercado de trabalho ainda não estão claras e otimistas, alguns indicadores seguem apontando sinais de enfraquecimento da retomada na atividade e a melhora deste mercado é vista como possível somente com a recuperação dos principais setores da economia.

Ademais, rumores em relação à possibilidade de uma nova onda de contágio e o fim programado do auxílio emergencial (embora ainda muito discutido na esfera pública) são outros obstáculos que travam qualquer possibilidade de melhora no mercado de trabalho no curto prazo.

No momento atual, a principal aposta para destravar a economia talvez seja a vacinação de forma eficiente e organizada contra o coronavírus, a depender de uma estratégia bem estruturada de aquisição e aplicação das vacinas em toda a população.

Nota:

Os dados aqui apresentados fazem referência ao mercado em geral e não possuem qualquer ligação com os dados operacionais da Boa Vista S.A. As opiniões aqui expressas são independentes e de autoria da área de Indicadores e Estudos Econômicos da empresa, que não tem acesso às informações operacionais da Boa Vista S.A.