De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, a taxa de desemprego recuou para 12,6% no terceiro trimestre. Em relação ao resultado do segundo trimestre houve baixa de 1,6 p.p., já quando comparado ao mesmo período do ano passado (14,9%) o número é 2,3 p.p. menor.
Em termos absolutos, a população desocupada totalizou 13,5 milhões, recuo de 9,3% em relação ao trimestre encerrado em junho. Na comparação interanual, a população desocupada foi 7,8% menor do que no terceiro trimestre de 2020.
Por outro lado, a população ocupada (PO) aumentou 4,0% contra o segundo trimestre e registrou alta de 9,5 milhões de pessoas (+11,4%) em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os principais segmentos que apontaram alta no trimestre foram os de “Empregado no setor privado com carteira” (+4,4%), “Empregado no setor privado sem carteira” (+10,2%), “Conta-própria” (+3,3%) e “Trabalhador doméstico” (+9,2%).
Na comparação interanual os avanços são mais intensos, tendo destaque os segmentos de “Conta-própria” (+18,4%), “Empregado no setor privado com carteira” (+8,6%), “Empregado no setor privado sem carteira” (+23,1%) e “Trabalhador doméstico” (+21,3%).
Nos grupamentos por atividades, no trimestre a PO só não avançou em “Adm. Pública” (-0,4%) e “Serviços” (-1,1%). Os destaques dos avanços no trimestre ficaram para os grupos de “Comércio” (+7,5%), “Indústria” (+6,3%), “Construção” (+7,3%) e “Alimentação” (+11,0%). Em relação ao mesmo período do ano passado, os destaques ficaram para as atividades de “Comércio”, “Construção” e “Indústria”, que aumentaram 13,4%, 20,1% e 10,7%, respectivamente.
A População Economicamente Ativa (PEA) subiu para a marca de 106,4 milhões de pessoas com alta de 2,1% ante o resultado do segundo trimestre. Já na comparação com mesmo período de 2020 a PEA apontou crescimento de 8,6%.
No acumulado em 12 meses, o rendimento médio habitual continua tendo retração e já registra queda de 3,8%. Parte desse movimento é muito influenciada pelo aumento da taxa de informalidade e pela alta da inflação nos últimos meses.
Após meses de recordes na taxa de desemprego, o mercado de trabalho segue apresentando sinais de recuperação com a quinta queda mensal consecutiva e o menor nível desde março do ano passado, quando começou a pandemia. O resultado do terceiro trimestre veio em linha com as expectativas de mercado e sugere que o indicador continue com seu ritmo de melhora gradual nos próximos meses, influenciado pelo avanço no cronograma de imunização contra o coronavírus e retomada dos principais setores de atividade.
Contudo, apesar da melhora observada no trimestre, vale ressaltar que a taxa de informalidade segue em patamares elevados, uma vez que boa parte do resultado do período foi novamente muito influenciado pelos aumentos da população ocupada em “Conta-própria” e “Empregado no setor privado sem carteira”. Tal movimento contribui para manter o mercado de trabalho fragilizado, tendo em vista que esses grupos são formados por trabalhadores sem vínculos empregatícios e, em média, têm renda inferior à dos demais trabalhadores.