De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, a taxa de desemprego recuou para 13,7% no trimestre móvel encerrado em julho. Em relação ao resultado anterior houve baixa de 0,4 p.p., já quando comparado ao mesmo período do ano passado (13,8%) o número é 0,1 p.p. menor.
Em termos absolutos, a população desocupada totalizou 14,1 milhões, recuo de 2,5% em relação ao trimestre encerrado em junho. Na comparação interanual, a população desocupada foi 7,3% maior do que em julho de 2020.
Por outro lado, a população ocupada (PO), aumentou 1,4% no mês e registrou alta de 7,0 milhões de pessoas (+8,6%) em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os principais segmentos que apontaram alta no mês foram os de “Empregado no setor privado com carteira”, “Conta-própria”, “Empregado no setor privado sem carteira” e “Trabalhador doméstico” que avançaram 1,5%, 1,3%, 3,2% e 4,4% em julho, respectivamente.
Na comparação interanual os avanços são mais intensos, tendo destaque os segmentos de “Conta-própria” (+17,6%), “Empregado no setor privado sem carteira” (+19,0%), “Empregado no setor privado com carteira” (+4,2%) e “Trabalhador doméstico” (+16,1%).
Nos grupamentos por atividades, em julho a PO avançou em todos os grupos analisados, exceto na “Administração pública (-0,3%). Os destaques ficaram para os grupos de “Comércio” (+2,1%), “Construção” (+3,8%), “Serviços domésticos” (+4,2%) e “Indústria” (+1,8%). Em relação ao mesmo período do ano passado, os destaques ficaram para as atividades de “Construção”, “Comércio”, “Agricultura” e “Serviços”, que aumentaram 23,8%, 7,9%, 11,5% e 8,7%, respectivamente.
A População Economicamente Ativa (PEA) subiu para a marca de 103,1 milhões de pessoas com alta de 0,9% ante o resultado de junho. Já na comparação com julho de 2020 a PEA apontou crescimento de 8,4%.
No acumulado em 12 meses, o rendimento médio habitual continua tendo retração e registrou queda de 0,8%.
Após meses de recordes na taxa de desemprego, o mercado de trabalho volta a apresentar sinais de recuperação com a terceira queda mensal consecutiva e o menor nível desde junho do ano passado. O resultado de julho veio em linha com as expectativas de mercado e sugere que o indicador continue com seu ritmo de melhora nos próximos meses, influenciado pelo avanço no cronograma de imunização contra o coronavírus e retomada dos principais setores de atividade.
Contudo, apesar da melhora observada no mês, vale ressaltar que a taxa de informalidade segue em patamares elevados, uma vez que boa parte do resultado de julho foi novamente muito influenciado pelos aumentos da população ocupada em “Conta-própria” e “Empregado no setor privado sem carteira”. Tal movimento contribui para manter o mercado de trabalho fragilizado, o que reduz o rendimento médio real das famílias e limita a capacidade de recuperação econômica.