Segundo o IBGE, a produção industrial caiu 0,8% em março, na comparação contra o mês anterior dos dados dessazonalizados. Quanto à variação contra o mesmo mês do ano passado também houve recuo, de 3,5%, considerando dados sem ajuste sazonal. Na variação acumulada em 12 meses, que possibilita uma visão de longo prazo, houve aceleração da tendência de queda observada desde Junho de 2014, atingindo em março -4,7%.
Retornando à análise mensal dessazonalizada, na análise das grandes categorias econômicas, as Indústrias de Transformação caíram 0,9%, enquanto as Indústrias extrativas apresentaram alta de 0,5%. Mantida a base de comparação, as categorias de uso tiveram queda generalizada pelo segundo mês consecutivo, sendo a mais acentuada no setor de Bens de Capital, que variou -4,4%, seguida por Bens de Consumo Duráveis (-3,1%) e Bens de Consumo (-1,1%).
Em linhas gerais, a indústria ainda mostra-se longe de retomar aumentos na produção. A grande desvalorização do real frente ao dólar está encarecendo a produção e ainda não surte efeito positivo nas exportações. Os ajustes em curso na economia, bem como o aperto monetário promovido pelo Banco Central, manterão o cenário turbulento para a indústria, que ainda sofre com a baixa confiança de empresários e consumidores.
O desaquecimento do mercado de trabalho também dificultará maiores empreitadas na indústria. Assim, o resultado de 2015 deverá ainda permanecer em patamar negativo, com provável queda de 3,0%