Dados divulgados hoje pelo IBGE mostram que a Produção Industrial Mensal (PIM) de fevereiro caiu 2,5%, descontados os efeitos sazonais. Apesar da elevação marginal, o resultado acumulado em 12 meses permaneceu com o mesmo valor de janeiro, -9%. Na comparação de fevereiro contra o mesmo mês de 2015 houve recuo de -9,8%.
Na avaliação acumulada em 12 meses, entre as grandes “categorias econômicas”, as Indústrias de Transformação apresentaram queda de 10,2%, enquanto as Indústrias Extrativas obtiveram retrações de 0,6%. Mantida a base de comparação, considerando a análise por “Categorias de Uso”, as perdas permaneceram bastante acentuadas: -27,1% para Bens de Capital, -6,3% para Bens Intermediários e -9,4% para Bens de Consumo – composto por uma retração de 11,4% dos Bens Semiduráveis e -8,6% para os Não-Duráveis.
Com o atual patamar de juros, ajustes do mercado de trabalho e inflação elevada, o cenário industrial tem sido bastante desafiador. A queda do consumo das famílias tem reduzido consideravelmente a demanda das empresas ligadas ao setor do varejo e de serviços, prejudicando o desempenho dos fornecedores industriais.
No entanto, a desvalorização cambial iniciada em 2015 começa a desencadear seus primeiros efeitos, fazendo com que a categoria de Bens de Consumo ensaie uma inflexão de sua tendência negativa e também que o setor de Bens de Capital interrompa sua vertiginosa queda (conforme observado no gráfico da PIM por Categorias de Uso). Desta forma, a perspectiva neste ano é que a produção industrial encerre ainda em patamar negativo, porém com resultados melhores que o observado em 2015.