Segundo o IBGE, a produção industrial recuou 0,9% em fevereiro, na comparação contra o mês anterior dos dados dessazonalizados. Quanto à variação contra o mesmo mês do ano passado também houve recuo, de 9,1%, considerando dados sem ajuste sazonal.

A configuração pela análise das grandes categorias econômicas, as Indústrias de Transformação e os Insumos da Construção Civil caíram praticamente na mesma magnitude, -11,5% e -11,4%, respectivamente. Amenizando a queda entre estes setores, as Indústrias Extrativas foram as únicas a obterem resultado positivo (com alta de 12% no período). Mantida a base de comparação, as categorias de uso tiveram queda generalizada, sendo as mais acentuadas no setor de Bens de Consumo Duráveis, que retraiu 25,8%, seguida de Bens de Capital, que variou -25,7%.

Em linhas gerais, o resultado na margem começa a mostrar os efeitos da retração da indústria, que vem sentindo o aperto fiscal e monetário, fatores desestimulantes dos investimentos e que acabam por dificultar maiores empreitadas na indústria. Para o resto do ano o cenário macroeconômico dificilmente colaborará para uma retomada vigorosa do setor. O efeito da valorização cambial, que favorece grande parte da indústria, em especial bens de capital, não deverá ser sentido ainda neste ano, mas mesmo assim deve amenizar o fluxo de importações destes bens no curto e médio prazo, servido portanto como estímulo à produção neste ínterim. Assim, esperamos resultado ainda negativo para indústria neste ano, porém em menor intensidade do que a observada em 2014.

pim