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Dados divulgados hoje pelo IBGE revelam que a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) recuou 2,4% em março, na comparação mensal ajustada sazonalmente. Apesar de mais uma queda, o setor permanece estável no nível pré pandemia, de acordo com os dados dessazonalizados.

Já referente ao acumulado dos últimos doze meses, a atividade industrial desacelerou a queda acumulada e aponta recuo de 3,1%. No acumulado de 2020, o setor registrou alta de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a análise mensal dessazonalizada, a Indústria de Transformação apontou queda de 3,2% e a Extrativa Mineral, por outro lado, apresentou alta de 5,5% em comparação com fevereiro.

Dentre os ramos industriais houve queda da atividade em 15 dos 26 pesquisados, sendo que as principais influências negativas ocorreram em: Veículos automotores, reboques e carrocerias (-8,4%), Confecção de artigos do vestuário e acessórios (-14,1%) e Outros produtos químicos (-4,3%). Por outro lado, os destaques positivos ocorreram em Indústrias extrativas (5,5%), Outros equipamentos de transporte (35,0%) e Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%).

Dentre as grandes categorias, em março, os grupos de Bens de Consumo e Bens de Capital apresentaram baixas de 11,0% e 6,9%, respectivamente. Enquanto o grupo de Bens Intermediários avançou no mês e apontou alta de 0,2%, de acordo com dados dessazonalizados. Já o grupo de Bens Duráveis apresentou queda de 7,8% e o de Semi e não-duráveis de 10,2%.

Apesar dos resultados mensais negativos da indústria no início deste ano, houve desaceleração da queda na curva de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, em todos os segmentos. No geral o recuo já foi observado por seis meses consecutivos, dos quais a queda passou de 5,5% em outubro para 3,1% em março e expectativa é de que na próxima aferição, referente ao mês de abril, essa tendência seja novamente observada.

A recuperação do segmento, assim como os demais setores da economia, ainda está majoritariamente condicionada ao programa de imunização nacional, este que ainda se encontra em ritmos lentos pela escassez de oferta global de vacinas. Outros pontos importantes para a evolução da indústria são a recuperação do mercado de trabalho, retorno da demanda reprimida ao longo do ano passado e os impactos do retorno do auxílio emergencial.

Segundo as projeções reunidas no relatório Focus, a projeção de crescimento da indústria aponta alta de 5,03% para o ano.