Por Yan Nonato Cattani, economista da Boa Vista SCPC
Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, referente a novembro, o índice de receita nominal no setor registrou um aumento de 6,4% na comparação do resultado acumulado em 12 meses (dez/13 até nov/14) contra os 12 meses anteriores, desacelerando 0,4 p.p. considerando a aferição do mês anterior. Em termos reais, contudo, isto equivaleria a uma retração de 1,8% na receita, uma vez que a inflação no setor de serviços neste período foi de 8,34%. Já na comparação interanual (contra novembro de 2013), houve elevação de 3,7%, enquanto na análise do resultado acumulado no ano, o índice apontou alta de 6,2% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Nas aberturas, a tendência de longo prazo (variação acumulada em 12 meses) para os principais grupos apresentaram a seguinte configuração: Serviços prestados às famílias (9,2%, desacelerando 0,6 p.p. quando comparado a outubro); Serviços de informação e comunicação (passou de 4,6% em outubro para atuais 4,1%); Serviços profissionais, administrativos e complementares (caiu 0,3 p.p frente ao mês anterior, atingindo 8,1% atualmente); Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (passou de 7,4% na última aferição para 6,9% em novembro); Outros serviços (caiu de 7,2% para 7,1% registrados neste mês).
Tendo em vista os fracos resultados apresentados pelos setores da economia brasileira, em função, sobretudo, de uma inflação persistentemente alta, em especial no setor de serviços, e da falta de confiança dos agentes econômicos, esperamos que esta tendência se arraste pelos próximos meses e que uma reversão deste quadro tenha início somente em meados do segundo semestre de 2015. Assim, estimamos que o setor de serviços deve ter encerrado 2014 com queda de 2,0% em termos reais, fator que deverá prejudicar a atividade agregada, com PIB atualmente estimado de apenas 0,1%