De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE, o volume de vendas no varejo restrito caiu 0,5% no resultado acumulado em 12 meses. Para este tipo de comparação foi o primeiro resultado negativo desde março de 2004, quando registrou 0,6% de queda. Os demais resultados apurados para o mês também fecharam em patamar negativo, no acumulado do ano houve recuo de 2,0% contra o mesmo período do ano passado, e na análise mensal dos dados dessazonalizados a retração foi de 0,9%.

Dentre as oito categorias, mantida a base de comparação, apenas três alcançaram variação positiva e o destaque ficou com “Materiais para escritório”, que registrou alta de 5,5%. Os demais segmentos ficaram configurados da seguinte maneira: “Tecidos, vestuário e calçados” (2,7%), “Outros” (1,7%), “Combustíveis e lubrificantes” (-0,1%), “Artigos farmacêuticos” (-0,4%), “Hipermercados e supermercados” (-1,1%), “Móveis e Eletrodomésticos” e “Livros, jornais revistas e papelaria” com (-2,1%). O resultado ampliado do varejo, isto é, incluindo as vendas de materiais de construção e de veículos automotores, registrou queda de 1,8%.

A fraca atividade do varejo reflete em grande parte os efeitos da pressão inflacionária e baixa confiança na economia. O resultado de maio apresenta a primeira variação negativa desde março de 2004 para o acumulado em 12 meses, evidenciando rápida mudança do comportamento de consumo para 2015. O cenário pessimista perdurará para este ano e sinais de melhora são esperados apenas para 2016. Por ora, nossa projeção de retração do setor fica em 1,0% nas vendas varejistas restritas e queda de 5,0% para o conceito ampliado, ambas perspectivas com viés de baixa.

Abaixo gráfico com a evolução das séries dessazonalizadas da PMC Restrita e do indicador da Boa Vista, Movimento do Comércio.

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