Comentários:                                                                                                 

De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE, o volume de vendas no Varejo Restrito caiu 3,1% na comparação mensal com ajuste sazonal. A atividade acumulada em 12 meses desacelerou, passando de 5,9% para 5,0% entre julho e agosto. Já no acumulado do ano o resultado apontou alta de 5,1% contra os oito primeiros meses de 2020.

O resultado de agosto foi inferior ao piso das expectativas de mercado, de -1,4% para o mês. Desta vez, o indicador de movimento do comércio elaborado pela Boa Vista apontava crescimento de 0,2% em agosto, enquanto a mediana das expectativas de mercado para o setor previa alta de 0,6% no mesmo período.

Avaliando os segmentos na variação mensal (com ajuste sazonal), seis das oito atividades pesquisadas registraram variações negativas em agosto. Os principais recuos ocorreram em materiais para escritório (-4,7%), combustíveis e lubrificantes (-2,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,0%).

Por outro lado, entre os setores que avançaram no período, tecidos e vestuários registrou alta de 1,1%, enquanto artigos farmacêuticos e de perfumaria cresceram 0,2%.

O Comércio Varejista Ampliado registrou alta de 8,0% na variação em 12 meses. Já na comparação mensal (dados dessazonalizados), o indicador recuou 2,5%.             

Por fim, foi observado redução das vendas em 24 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Rondônia (+19,7%), Paraná (-11,0%) e Mato Grosso (-10,9%). 

Fonte: IBGE - PMC

Fonte: IBGE - PMC

Fonte: IBGE - PMC

Perspectivas:

  • O desempenho do varejo, para o mês de agosto, veio abaixo das expectativas esperadas após revisão do número de julho que passou de uma alta de 1,2% para uma de 2,7% na série com ajuste sazonal. Da mesma forma, a análise do acumulado no ano apresentou nova desaceleração nesta última aferição. logo, o resultado do mês sugere que a economia como um todo segue sem um ritmo consistente de recuperação, o que tende a refletir sobre os números do setor para os próximos meses.

  • Contudo, os próximos passos do varejo ainda estão majoritariamente condicionados à imunização total da população e ao ritmo de retomada dos principais setores da atividade econômica. O mercado de trabalho fragilizado, a aceleração da inflação e o aumento dos juros também são elementos que freiam o desempenho do setor, reduzindo a capacidade de consumo de famílias e empresas em um ambiente de incertezas e desconfiança.