Comentários:
• De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE, o volume de vendas no Varejo restrito recuou 0,2% na comparação mensal com ajuste sazonal. No acumulado em 12 meses, o indicador avançou 1%. Na comparação interanual houve baixa de 0,3%.
• Avaliando os segmentos na variação mensal (com ajuste sazonal), cinco das oito atividades pesquisadas registraram variações negativas em janeiro. Os principais recuos ocorreram em Livros, jornais, revistas e papelaria (-26,5%), Tecidos, vestuário e calçados (-8,2%), Móveis e eletrodomésticos (-5,9%). Interessante observar que os dois segmentos que mais recuaram no mês são os que possuem as maiores quedas no acumulado dos últimos doze meses.
• Por outro lado, os setores que apresentaram alta no mês foram o de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,6%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2,2%).
• O Comércio Varejista Ampliado registrou baixa de 1,9% na variação em 12 meses. Já na comparação mensal (dados dessazonalizados), o indicador recuou 2,1%.
• Por fim, foi observado queda das vendas em 23 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Amazonas (-29,7%), Rondônia (-9,1%) e Ceará (-4,9%).
Perspectivas:
• O desempenho do varejo, ao longo do ano passado, foi sustentado pelo auxílio emergencial e já é claro os impactos do seu término nos resultados de dezembro e janeiro, isso demonstra que o programa de auxílio emergencial do governo foi, ao menos parcialmente, essencial para sustentar o consumo da população em determinado nível. O número índice da PMC se acomodou e o resultado acumulado em 12 meses se mantém em torno de 1%.
• Os próximos passos do varejo estão condicionados à imunização da população e da evolução da pandemia no país, de forma que as demandas que ficaram represadas durante o ano de 2020 poderão voltar com um pouco mais de força caso haja evolução do controle da pandemia. As medidas restritivas impostas em diversos estados do país também irão gerar impactos relevantes para o segmento. O mercado de trabalho também é um elemento fundamental para a recuperação do setor, sendo que o impacto da alta do desemprego durante a crise foi, até certo nível, mitigado pelo efeito do auxílio emergencial. E, por fim, é importante ficar atento a nova rodada do auxílio emergencial prevista para início em março de 2021.